allthatjazz.jpg
Vez por outra escrevo um post sobre a evolução do meu trabalho no carreirasolo. E sempre que faço isso, lembro que este trabalho não é só meu faz tempo: aqui divulgo idéias em que acredito, profissionais que admiro, outros que apóio sem conhecer e outros que conheço através daqui e ofereço apoio incondicional a partir de então. Só por isso já poderia dizer que este espaço não é mais meu. Frase e postura vazias se eu não contasse com um objetivo muito claro: alargar sempre que puder a dimensão do que escrevo para vocês. Vai aí uma figura para tentar explicar. Dommene, qualquer gafe musical, comente depois. Quando olhamos uma partitura de um Standard de jazz é tudo meio que simples...uma linha melódica e nada mais. Cada músico, contudo, dá sua interpretação para aquela célula musical e aquela partitura de uma folha só, hipnotiza clubes pelos subsolos de todas as New Orleans do mundo há mais de um século. Improvisação? Sim, e mais. A necessidade de inovar e de se fundir com o que você acha certo e pode tocar as pessoas. O Jazz é, sob esta perspectiva, apenas o canal. Como conseguir clientes? Quando cobrar? Devo assinar carteira? Como fazer parcerias de sucesso? Que tipo de contrato devo oferecer para meus clientes? As necessidades práticas dos leitores estão resumidas nestas e em mais dez perguntas no máximo. Sempre as respondi, se não por aqui, por e-mail, talvez uns 3 três mil nestes dois anos. Trabalho de forminguinha que já assustou a vários amigos e tirou minha cara-metade do sério, deixando a todos com cara de ponto de interrogação: "Mas você faz tudo isso de graça?", "Quantos projetos o site já gerou para você?", "Ah, mas você tem um plano para o site te dar algum dinheiro, não tem?!" ou a tão comum "Como é possível trabalhar tanto?" É possível sim gente. Porque no fundo é tudo questão de independência intelectual e furor criativo. O que me guia aqui, verdadeiramente, é a vontade de querer contar para o leitor que, no dia 13 de março de 2006, estava sozinho em Taboão da Serra (SP), ou em Inhaúma (RJ), Justinópolis (MG), Cachoeirinha(RS), Lopeí (PR), Gaspar (SC), Brasília (DF), Moreno (PE), São Luís (MA), Candeias(BA), Colatina(ES), Goiânia (GO), Belém (PA), Ji-Paraná (RN), Brasa (PI), Campo Grande (MS), Manaus (AM), Palmas (TO), Maceió (AL), Santa Rita (PB), Rio Branco (AC) e Natal (RN) sem esquecer é claro de quem estava em Braga (Portugal), Connecticut (EUA), Saarland (Alemanha), Cidade do México, Lazio(Itália), Western Finlandia, Ontário (Canadá), Katowice (Polônia) e T'ai-pei (Tawain) que o que vale mesmo, sempre e sempre, é a mensagem do primeiro texto do primeiro dia: Simplificar, Compartilhar e Acreditar. Esta é a partitura original. Improvisar de acordo com o andamento. Num primeiro momento, impactado com as coisas que sabia que teria que fazer abordei só as questões práticas. Elas geraram os artigos iniciais e deles chegamos ao Minicurso. Aliás, sobre este assunto, trarei uma supresa bem interessante ainda neste primeiro semestre, aguardem. Mais a frente de tanto trocar e-mail com os leitores, comecei a entrevistá-los e daí surgiram a Galerasolo e a seção Atividade, que semana passada trouxe o Rodrigo Rodrigues do programa Vitrine e ontem o Alexandre Barcelos, um dos melhores diretores de arte que já vi. A necessidade de participar de ambientes colaborativos (afinal, leitor que se preza sempre quer falar e escrever) começou a pipocar um ou outro post colaborativo: um sobre web 2.0 e esse e esse sobre o Efeito Katilce e , não vou mentir, estamos com mais três em produção. E fica o convite: quem quiser oferecer um tema é só abrir um writeboard e me convidar. Avalio a todos. Temas mais abertos para cabeças idem. Começo a perceber do final do ano para cá, que essas questões práticas são, muitas vezes, reflexos de questões mais interessantes e variadas que orbitam o campo pessoal. Acreditem: muitas vezes é nela que está a resposta para muitas de suas dúvidas profissionais. Porque não usar o carreisasolo para falar um pouco sobre este tipo de necessidade também? Faremos isso em colaboração como no início. Estou pensando em trazer questões mais abertas, como apresentação pessoal, dificuldades na escolha da vocação, possibilidades de dar vazão a esta mesma vocação, reconstrução pessoal etc etc. O que acham? Para fechar: os planos nunca são nossos. Outro dia estava tomando um café com Humberto e o CrisDias e comentei que daqui há um tempo algumas pessoas podem dizer: você tinha tudo planejado, sua velha raposa do deserto!? Claro que vou confirmar. Tinha sim, tudo planejado, desde o início. Acreditem, é mais fácil do que contar que os planos nunca são meus. Eu apenas tenho sempre em mente que precisamos simplificar a maneira como empresas, clientes e parceiros profissionais encaram os negócios, acima de tudo precisamos compartilhar nossos sucessos para que soem amplificados e nossos fracassos para que fiquem levinhos, levinhos; e claro acreditarmos em nossas lendas pessoais, ou se preferirem, em nossos tacos. E que o amigo aqui, como o Jazz é só um canal.